A política é inimiga da felicidade (Max Weber) – por Siro Darlan

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A política é inimiga da felicidade (Max Weber) – por Siro Darlan

 MAZOLA8 horas ago  0  4 min read

Por Siro Darlan –

Com essa frase de Max Weber início minha reflexão sobre minha pré experiência na política.

Após 42 anos de judiciário, resolvi dedicar os meus dias ao serviço do povo fluminense aproveitando minha experiência para tentar uma vaga na Câmara dos vereadores e servir à causa das crianças como político. Weber afirma que é preciso ter vocação par ter esse domínio e força no desempenho da função política. Sabemos que nem todos que entram para esse ramo possuem um conhecimento suficientemente bom para ser um líder carismático e liderança para bem desempenhar essa função.

Palácio Pedro Ernesto, sede do legislativo carioca. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Pensar o social na sua globalidade exige um desapego muito grande de suas atividades privadas para compreender e exigência de doação permanente aos interesses coletivos, compreendendo a natureza e a evolução da sociedade. Exercer o domínio carismático exige não apenas a vocação, mas a entrega ao outro sem qualquer tipo de egoísmo. Essa entrega deve estar presente em toda ação política no sentido mais autêntico da palavra e decisiva nas correntes partidárias e pensamentos ideológicos na luta pelo poder.

Esse desprendimento pessoal e dedicação à causa pública raramente traz a felicidade na busca da realização da igualdade e felicidade geral do povo a que servem. Muitas tragédias testemunham a dor e o sofrimento na vida de políticos como foi a caso de Júlio Cesar, o líder mais poderoso da Roma antiga, foi esfaqueado até à morte em 44 a.C., no interior da Cúria de Pompeu, um grande salão retangular onde o Senado romano se reunia. É um dos mais famosos assassinatos políticos de sempre, que marcou a transição da República Romana para o Império Romano.

JK e seu vice Jango, duas mortes mal explicadas. (Arquivo Nacional)

No Brasil, na madrugada do dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas deu um tiro no próprio coração, para sair da vida e entrar na História, após ter seus últimos anos perseguido por calúnias em razão de sua opção pelos pobres, trabalhadores e em defesa da soberania nacional.

Após ser assassinado pelo imperialismo estadunidense, Che tornou-se um símbolo contracultural de rebeldia e insígnia global na cultura popular. (Wikipédia)

Também o líder socialista emblemático que exportava corajosamente a luta pela igualdade entre os povos Che Guevara, experimentado o trágico fim com sua prisão e assassinato quando buscava a libertação dos oprimidos na Bolívia dominada pelo imperialismo capitalista. Não foi diferente com Hugo Chávez, Presidente da Venezuela que amargou seu fim sendo consumido por um agressivo câncer, supostamente implantado em seu corpo por inimigos de sua ideologia. Registramos ainda a morte do Presidente John Kennedy e seu irmão Bob Kennedy, ambos tragicamente assassinados. Cabe anotar ainda a morte de Salvador Allende, no Chile ao resistir ao mandato que lhe outorgara o povo chileno. Também merece anotar a morte trágica e sofrida da Princesa Diana do Reino Unido.

John Fitzgerald Kennedy, serviu como Presidente dos Estados Unidos de 1961 a 1963, quando foi assassinado. (Wikipédia)

Essa tragédia que abate tantos políticos e líderes carismáticos atingiu ainda o Presidente Tancredo Neves, que após servir ao Brasil por tantos anos e em tantos cargos públicos não pode tomar posse na Presidência da República para a qual havia sido eleito. Nunca é demais lembrar que também o Presidente João Goulart em seu exílio forçado teve sua vida ceifada precocemente, assim como o líder trabalhista Leonel Brizola, tantas vezes perseguido, exilado e açoitado por seus tradicionais inimigos, deixou a vida e até hoje nos faz uma falta imensa.

Recordo ainda os fins trágicos de Ulysses Guimarães, Eduardo Campos, e o Presidente Juscelino Kubitscheck no misterioso acidente de carro até hoje suspeito,e tantos outros que dedicaram suas vidas à causa pública e dela foram retirados precocemente por tragédias e infelicidades que marcaram suas trajetórias políticas.

SIRO DARLAN – Advogado e Jornalista; Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Ex-juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.