Quem é Siro Darlan?
Pergunta difícil de ser respondida em curtas palavras. Por essa razão, o farei apenas parcialmente, um recorte raso, daquilo que para mim tem maior relevância. Começo pela constatação de 42 anos dedicados a praticar a justiça. É uma vida. Ao mesmo tempo, é uma pessoa repleta de curiosidades cotidianas, como querer saber “porque os times de areia terminaram” – deram lugar ao futvôlei – enquanto anuncia todos os sábados a realização do projeto “Filosofia na Praia”, que acontece aos sábados num quiosque da Zona Sul do Rio.
Muitos os consideram um eterno desembargador, o que a história se encarregará de mostrar. Nunca escondeu sua apaixonada preferência política pelo PDT, o de Brizola, Darcy, Vivaldo, responsáveis por feitos copiados por toda parte do Brasil, a partir das experiências no Rio, da educação pública em tempo integral via CIEP’s e Sambódromo, para citar dois exemplos, hoje incontestáveis, menos pela ideologia, mais pelos resultados. Desnecessário dizer que abraçar a causa do trabalhismo é um ato compulsório, pela história, embora defasado de força, pelas mudanças da atualidade das relações entre capital e trabalho.
Sua ação política alinhada com alguns princípios exige a responsabilidade de levar esclarecimento a sociedade, por meio de palestras e entrevistas e alguma produção literária, entre ela o livro fotográfico “Prisões Brasileiras” e a seguir “Perdoai”, ambos que o levam a uma peregrinação por um país de pouco ou nenhum esclarecimento sobre o estado gravíssimo no qual se encontra o sistema prisional.
A toga e o seu nacionalismo-raiz, das origens no Nordeste, o ajudaram a preservar alguma autenticidade. Suas ações em defesa de vulneráveis, em especial as crianças em condição de precarização se tornaram cases exemplares. Ao acatar e julgar uma denúncia sobre uma criança de 1 ano, utilizada numa cena de violência por 19 vezes num set de filmagem, que entrava em pânico, assinou sua sentença. Virou censor, inconveniente, chato de galocha, persona non grata frente aos veículos de comunicação. Ao realizar a cassação do Alvará da platinada, abriu a temporada de caça a si mesmo.
A Chacina da Candelária, além de dezenas de outras inaceitáveis ante a nossa Constituição, a exploração de filhos pelos pais, entre outras distorções de nossa realidade, seguem no Radar de Siro Darlan.