Desfile da Beija-Flor no Carnaval 2023. (Fotos: Agência Brasil e Carnavalesco)COLUNISTAS, POLÍTICABrava Gente! O Grito dos Excluídos No Bicentenário da Independência – por Siro Darlan MAZOLA, 1 hora ago 0 4 min read 24021
Por Siro Darlan –
Mais uma vez o povo e seus poetas populares dão lições aos sábios e historiadores a serviço dos vencedores, os colonizadores, e a Beija Flor de Nilópolis conta a verdadeira história protagonizada pelo povo tão excluído pelos que proclamaram a Independência pela boca do Príncipe Real.
Foi o povo baiano que em 2 de julho de 1823, portanto há 200 anos conseguiu expulsar os colonos exploradores da cidade de Salvador para instaurar o governo dos excluídos, mas a força das armas que escrevem nossa história calou o grito popular e continuamos sob o julgo dos colonizadores até o século XXI.
Diz o hino do povo de Nilópolis que quando a verdadeira revolução começou, o povo fez história, mas a “escola” continua contando a história dos opressores que deixaram o chão retinto e servil avermelhado nas terras brasileiras. Estamos vivendo o massacre sofrido pelos povos originários que foram deixados à míngua com suas terras invadidas e exploradas, suas plantações envenenadas e os ianomâmis adoecidos com o mercúrio dos invasores.
“A revolução começa agora
Onde o povo fez história
E a escola não contou
Marco dos heróis e heroínas
Das batalhas genuínas
Do desquite do invasor
Naquele dois de julho, o Sol do triunfar
E os filhos desse chão a guerrear
O sangue do orgulho retinto e servil
Avermelhava as terras do Brasil”
Pouca coisa mudou e poucos são os que se revoltam. A Beija Flor não dorme e leva seu samba ao Sambódromo na voz potente de nosso líder “Zumbi” Neguinho da Beija Flor. E cobra liberdade de expressão para poder exigir respeito aos direitos dos irmãos, que diariamente são espancados em seus direitos à moradia, ao trabalho, ao respeito, e aprisionados pelos representantes da elite exploradora que mantém em suas decisões o racismo estrutural para matar e prender o povo pobre e preto jogados nas sarjetas da periferia e dos quilombos populares das grandes cidades.
“É! Vim cobrar igualdade, quero liberdade de expressão
É a rua pela vida, é a vida do irmão
Baixada em ato de rebelião”
Esse ano o grito foi reforçado pela voz de uma mulher, símbolo da valentia da mulher preta que sempre esteve presente na história do povo brasileiro, a cantora Ludmilla, que critica a hipocrisia dos demagogos autocratas que desfilam suas riquezas e egoísmos, enquanto a maioria do povo sofre e passa fome de barriga vazia. Descaso perpetrado recentemente pelo “mito”, mas que vem desde os tempos de Cabral. Mas não desanima o canto da Beija Flor chama a luta as Marias, as Joanas, as Ludmillas para forjar os Brasis que queremos ter.
“Desfila o chumbo da autocracia
A demagogia em setembro a marchar
Aos renegados barriga vazia
Progresso agracia quem tem pra bancar
Ordem é o mito do descaso
Que desconheço desde os tempos de Cabral
A lida, um canto, o direito
Por aqui o preconceito tem conceito estrutural
Pela mátria soberana, eis o povo no poder
São Marias e Joanas, os Brasis que eu quero terDeixa Nilópolis cantar!
Pela nossa independência, por cultura popular”
A Marques de Sapucaí ficou ouriçada com o grito do povo de Nilópolis, que é o nosso canto de rebeldia, para continuarmos na luta contra os dragões da maldade, com esse samba subversivo que arrasta multidões, ainda veremos o sol nascer com democracia, igualdade e respeito aos diferentes.
“Ô abram alas ao cordão dos excluídos
Que vão à luta e matam seus dragões
Além dos carnavais, o samba é que me faz Subversivo Beija-Flor das multidões”
SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
Brava Gente! O Grito dos Excluídos No Bicentenário da Independência.
Siro Darlan, Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
Mais uma vez o povo e seus poetas populares dão lições aos sábios e historiadores a serviço dos vencedores, os colonizadores, e a Beija Flor de Nilópolis conta a verdadeira história protagonizada pelo povo tão excluído pelos que proclamaram a Independência pela boca do Príncipe Real.
Foi o povo baiano que em 2 de julho de 1823, portanto há 200 anos conseguiu expulsar os colonos exploradores da cidade de Salvador para instaurar o governo dos excluídos, mas a força das armas que escrevem nossa história calou o grito popular e continuamos sob o julgo dos colonizadores até o século XXI.
Diz o hino do povo de Nilópolis que quando a verdadeira revolução começou, o povo fez história, mas a “escola” continua contando a história dos opressores que deixaram o chão retinto e servil avermelhado nas terras brasileiras. Estamos vivendo o massacre sofrido pelos povos originários que foram deixados à míngua com suas terras invadidas e exploradas, suas plantações envenenadas e os ianomâmis adoecidos com o mercúrio dos invasores.
“A revolução começa agora
Onde o povo fez história
E a escola não contou
Marco dos heróis e heroínas
Das batalhas genuínas
Do desquite do invasor
Naquele dois de julho, o Sol do triunfar
E os filhos desse chão a guerrear
O sangue do orgulho retinto e servil
Avermelhava as terras do Brasil”
Pouca coisa mudou e poucos são os que se revoltam. A Beija Flor não dorme e leva seu samba ao Sambódromo na voz potente de nosso líder “Zumbi” Neguinho da Beija Flor. E cobra liberdade de expressão para poder exigir respeito aos direitos dos irmãos, que diariamente são espancados em seus direitos à moradia, ao trabalho, ao respeito, e aprisionados pelos representantes da elite exploradora que mantém em suas decisões o racismo estrutural para matar e prender o povo pobre e preto jogados nas sarjetas da periferia e dos quilombos populares das grandes cidades.
“É! Vim cobrar igualdade, quero liberdade de expressão
É a rua pela vida, é a vida do irmão
Baixada em ato de rebelião”
Esse ano o grito foi reforçado pela voz de uma mulher, símbolo da valentia da mulher preta que sempre esteve presente na história do povo brasileiro, a cantora Ludmilla, que critica a hipocrisia dos demagogos autocratas que desfilam suas riquezas e egoísmos, enquanto a maioria do povo sofre e passa fome de barriga vazia. Descaso perpetrado recentemente pelo “mito”, mas que vem desde os tempos de Cabral. Mas não desanima o canto da Beija Flor chama a luta as Marias, as Joanas, as Ludmillas para forjar os Brasis que queremos ter.
“Desfila o chumbo da autocracia
A demagogia em setembro a marchar
Aos renegados barriga vazia
Progresso agracia quem tem pra bancar
Ordem é o mito do descaso
Que desconheço desde os tempos de Cabral
A lida, um canto, o direito
Por aqui o preconceito tem conceito estrutural
Pela mátria soberana, eis o povo no poder
São Marias e Joanas, os Brasis que eu quero ter
Deixa Nilópolis cantar!
Pela nossa independência, por cultura popular”
A Marques de Sapucaí ficou ouriçada com o grito do povo de Nilópolis, que é o nosso canto de rebeldia, para continuarmos na luta contra os dragões da maldade, com esse samba subversivo que arrasta multidões, ainda veremos o sol nascer com democracia, igualdade e respeito aos diferentes.
“Ô abram alas ao cordão dos excluídos
Que vão à luta e matam seus dragões
Além dos carnavais, o samba é que me faz
Subversivo Beija-Flor das multidões”