Jacarezinho pede socorro.
Siro Darlan, Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
O Governador Castro revogou a Constituição no Quilombo do Jacarezinho. Sua polícia truculenta, a mais violenta e letal do Brasil, pouco depois de deixar quase 30 mortos em solo do Jacarezinho, volta agora a atacar a população pobre e negra com violência inaceitável.
Sua tropa “de elite” para matar, com 1200 homens invadiu o espaço residencial dos trabalhadores sob o pretexto falso de integração. Integração não se faz com fuzil e armas pesadas. Integração deve ser feita com professores, médicos, agentes de saúde, esporte e lazer, moradia digna e saneamento básico da comunidade. Os relatos de abusos, a própria presença com armamento pesado já é um acinte e um desrespeito às normas de dignidade, respeito e igualdade esculpidas na Carta Cidadã, tem sido muito e variáveis.
Enquanto o governador, em campanha eleitoral antecipada, não justificar esses desrespeitos ás normas constitucionais e eleitorais. (Onde está o MP, nesse momento?), devemos dar credibilidade às palavras dos moradores que relatam abusos no trato com os moradores, invasões de domicílios sem mandato, o furto de uma televisão na casa de uma senhora idosa, a proibição de reunião dos moradores, formas grosseiras de abordar os moradores, para eles todos são “suspeitos” numa clara demonstração de ação discriminatória.
Sugiro que as redes sociais organizadas promovam nesse momento uma invasão cultural, intelectual e acadêmica do Jacarezinho para discutir com os moradores, o que não fez o governador, as causas e consequências de ação bélica contra a população pobre e trabalhadora, em sua maioria negra. Não basta já a indignação pelo que estão fazendo. Nessa data em que lembramos o centenário do nascimento de Leonel Brizola, está na hora de, em sua homenagem, organizarmos uma Rede da Legalidade para nos colocarmos do lado dos ofendidos e perseguidos por causa da justiça, como fez Brizola em toda sua vida política.
Salve o Jacarezinho! Salve Leonel Brizola! Democracia e Respeito ás leis para os moradores do Jacarezinho.