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O Rio de Janeiro não cuida de suas pessoas – por Siro Darlan

Rio de Janeiro. (ABr)

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O Rio de Janeiro não cuida de suas pessoas – por Siro Darlan

 MAZOLA9 horas ago  0  3 min read

Por Siro Darlan –

Estamos em ano eleitoral e os candidatos não cansam de repetir as mesmas promessas e aproveitam a proximidade das eleições para fazer o que não fizeram em três anos de administração.

O eleitor não enxergou ainda que é preciso mudar e renovar esse quadro político no Rio de Janeiro. O levantamento do Índice de Progresso Social feito em todas as cidades do Brasil não aponta um único município de nosso estado entre os vinte do ranking. Com orçamentos de dar inveja, com os royalties jorrando para os prefeitos, o Rio de Janeiro, dentre as 20 capitais, ficou em 14 lugar com apenas 66.41 do índice social, mais perto de Porto Velho a 27ª capital do que de Brasília, a 1ª com 71,25.

O Índice de Progresso Social utiliza uma metodologia internacional que calcula o bem-estar da população a partir de dados oficiais, em todas as cidades brasileiras. O apanhado aponta São Paulo como o melhor estado e o Para como o menos cotado. Foram filtrados mais de 300 indicadores até chegar a 52 nos órgãos oficiais e institutos de pesquisa como o DataSUS, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel e CadÚnico.

O levantamento do Progresso Social abrange três dimensões principais: Necessidades Humana Básicas; Fundamentos para o Bem-estar; e Oportunidades. No caso do nosso estado, no componente segurança pública, o dado sobre taxa de homicídios tem peso maior que o de morte de jovens. Que no caso do Rio os dois indicadores são altos. Influenciou muito nos resultados o alto número de subnotificações, fato muito comum nos organismos de segurança que não traz um significativo dado relevante como o número de furtos e roubo.

O objetivo é medir a qualidade de vida dos brasileiros mensurando a oferta de serviços básicos, expectativa de vida, menores taxas de homicídios e de poluição e população com melhor acesso à educação superior. Deve ter pesado muito a falta de políticas públicas inclusivas com a derrocada do processo de educação integral através dos Centros Integrados de Educação Pública, iniciado nos anos 80 e enterrado pelos governadores que sucederam a Leonel Brizola.

Triste ver que nem mesmo os municípios fluminenses enriquecidos pelos royalties do petróleo, não constarem nessa lista, apesar da jactância eleitoreira de alguns prefeitos que buscam a reeleição ou fazer seu sucessor. Isso ficou constatado porque nem sempre a idade com maior renda tem qualidade de vida compatível com seu orçamento. Isso é decorrência direta da boa ou má administração e uso dos recursos financeiros, razão pela qual o Rio pontuou muito mal. A desigualdade social existente em nosso estado fez com que o Rio pontuasse tão mal.

Com tantos problemas sociais e um alto índice de exclusão social, certamente nossas instituições nos três poderes precisam fazer uma grande reflexão na busca de mudança para melhorar a qualidade de vida de cariocas e fluminenses.

SIRO DARLAN – Advogado e Jornalista; Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Ex-juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.

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