RDD é como tortura medieval para enlouquecer o preso – por Cid Benjamin

CATANDUVAS – 23/06/2011 – CASCAVEL – VIDA E CIDADANIA – ÁREA DO PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÁXIMA DE CATANDUVAS FOTO – CESAR MACHADO

Opinião

RDD é como tortura medieval para enlouquecer o preso – por Cid Benjamin

 MAZOLA8 horas ago  2 min read

Por Cid Benjamin –

Alguém já disse — não me lembro quem — que se poderia medir o grau de civilização de uma sociedade pelo tratamento que ela dá aos loucos e aos presos comuns.

A afirmação se justifica. Esses dois grupos são, talvez, os mais desprotegidos de todos.

Siro Darlan, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e um incansável defensor dos direitos dos presos, está agora alertando para a situação de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP.

Márcio foi preso aos 20 anos de idade e, embora tenha escrito sete livros na prisão e disponha de um certificado de bom comportamento, está sendo vítima há 18 anos de um regime penitenciário especial, chamado de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Fica em isolamento quase absoluto.

É algo que parece pensado como uma tortura medieval para enlouquecer o preso.

Siro está agora recorrendo à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) da OEA pedindo o fim dessas condições desumanas de prisão para Márcio. Solicita, também, que o tempo no RDD seja contado em dobro no cumprimento da pena total de 48 anos a que ele foi condenado.

São bandeiras que merecem o apoio de toda a qualquer pessoa com sentimento de humanidade.

Têm meu integral apoio.

CID BENJAMIN foi líder estudantil nos movimentos de 1968, participou da resistência armada à ditadura e foi dirigente do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8). Libertado em troca do embaixador alemão, sequestrado pela guerrilha, passou quase dez anos no exílio. De volta ao Brasil em 1979, foi fundador e dirigente do PT e, depois, participou da criação do PSOL. É jornalista, professor e autor dos livros “Hélio Luz, um xerife de esquerda” (Relume Dumará, 1998), “Gracias a la vida” (José Olympio, 2014) e “Reflexões rebeldes” (José Olympio, 2016). Organizou, ainda, a coletânea “Meio século de 68 – Barricadas, história e política” (Mauad, 2018), juntamente com Felipe Demier.

Fonte: https://www.facebook.com/share/p/18FEpc79Ti/

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