“Os anormais somos nós.”
SIRO DARLAN – Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Membro da Associação Juízes para a democracia.
Os pais de crianças portadores de Down reuniram-se para comemorar o Dia Internacional da Síndrome de Down e alguns pais emocionados deram depoimentos amorosos e comovidos afirmando-se felizes por viverem essa experiência como o Senador Lindenbergh e o Deputado Federal Romário.
São depoimentos importantes para a promoção de um processo amplo de inclusão social e respeito aos portadores de necessidades especiais, mas é preciso maior ativismo de todos que detêm uma parcela de poder para que esse momento não esteja tão distante. É preciso uma consciência respeitosa dos administradores públicos na promoção de maior acessibilidade a todos os lugares públicos e serviços de saúde, esporte e educação.
O maior exemplo de ativismo tornou-se público através da Escola de Samba Embaixadores da Alegria, que é a única escola de samba do mundo totalmente voltada para pessoas com qualquer tipo de deficiência e que utiliza o samba como instrumento de inclusão social e emocional. E foi emocionante ver pelo quarto ano consecutivo o desfile de abertura no sábado das Campeãs, quando 1800 componentes desfilaram em dois carros alegóricos, sendo um deles 100% adaptado, acompanhados de 50 profissionais da área da saúde e com uma super-bateria composta por 200 mulheres.
O projeto não se resume apenas nesse desfile anual, mas visa quebrar todas as barreiras de acessibilidade e os preconceitos de quem ainda os veem como incapacitados. Com muita alegria, que levaram muitos às lagrimas de emoção, os componentes conduzidos pelo casal de cadeirantes Mestre Sala e Porta Bandeira que portavam a bandeira da escola com muito orgulho e uma bateria encantada pela leveza de sua rainha portadora de Down, que nada fica devendo em charme e belezas às rainhas das outras grandes escolas, cantaram o enredo “O Sol é Luz, Luz é Vida”.
Trazendo essa história do Rei Sol para a Avenida a Embaixadores da Alegria mostrou o quanto ainda estão nas trevas e o quanto esses seres especiais são capazes de nos iluminar. Cantaram que: “Hoje é Luz, é vida pra humanidade. O nascer do sol traz a bonança, traz esperança.” E nos manda um recado especial: “Quando estiver na escuridão, minha alegria te ilumina. Que emoção! Sou desse jeito especial que contagia o seu coração.”
Está na hora de vermos o quanto o carinho e o respeito podem fazer bem a essas criaturas tão especiais. Havia uma ala de portadores de doenças mentais do Hospital Pedro II, cujas fantasias haviam sido confeccionadas pelos próprios foliões, com a supervisão dos dedicados profissionais da saúde. Quem assistiu, viu como eles eram bons de samba enquanto os ruins da cabeça são aqueles que ainda insistem no preconceito de excluí-los do nosso convívio social e afetivo.
Terminavam o samba concitando-nos ao respeito ao combalido Planeta cantando “Filtro solar você não pode esquecer. O Planeta Terra anda bem quente. Até parece que tá fora do normal. Trate a natureza com carinho. E vem brincar no nosso carnaval. Vem sacudir essa avenida. O sol vai iluminar. Sou Embaixador da Alegria. Pode aplaudir, agora. Eu vou passar.”
Os aplausos foram muitos, mas o exemplo é o que arrasta, e o que se espera realmente é que todos sejam verdadeiros Embaixadores da Alegria, do respeito e da inclusão social a esses brasileiros especiais e tão queridos.
CRIANÇA A SER ADOTADA NÃO É MERCADORIA, DIZ JUSTIÇA
Escolha por idade e cor explica por que ainda há 4.840 crianças para serem adotadas e sobram 27.342 candidatos habilitados
No Dia Nacional da Adoção (25/05), juízes, promotores e defensores dos direitos da infância e da juventude levantam um impasse: como fazer com que as adoções atendam aos interesses das crianças e não das pessoas que querem adotar.
“O maior desafio é mudar a cultura em que as pessoas acham que podem escolher crianças como se tivessem escolhendo mercadorias, pela espécie, raça, tamanho e cor”, afirma a defensora pública Simone Souza, responsável pela Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública, do Rio.
A inversão de objetivo faz com que o número de crianças disponíveis seja muito menor que o de adotantes – e, mesmo assim, não se fecha a conta. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há 4.840 crianças para serem adotadas e 27.342 pessoas habilitadas para adotar no País. O número é atualizado diariamente. O que não muda é que sobram nos abrigos as crianças que não atendem às características preferidas por quem adota no Brasil: recém-nascidos, brancos, do sexo feminino.
“Falta a conscientização da população de que adoção não é mais um ato de caridade. É um direito da criança de ter uma família”, diz o desembargador Siro Darlan, ex-juiz titular da Vara de Infância e Adolescência do Rio.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Meu Senhor como pode fazer um comentarios deste acredito que nao deve saber o que sofremos na fila entendeu FILA de espera para adotar uma crianca.acredito tambem que com certeza nao sabe a tortura que o que chamam de justica neste pais nos faz para nos permitir a entrar em uma fila de espera e tambem acredito que nao sabe tambem quantas pessoas vencida pelo cansaco acaba desistindo e assim assim criancas permanece na espera. claro que que o senhor nao sabe provavelmente pode ter os propios filhos sem ter que se preocupar com os dos orfanato
Minha cara Neusa.
A Senhora esta disposta a adotar uma criança sem escolher raça, idade, ou estado de saúde? Se quizer lhe indico centenas delas imediatamente. Mas se estiver idealizando uma criança “inexistente” para os nossos padrões raciais, não vai encontrar tão cedo. O direito é da criança a uma família e não de una familia a escolher uma criança. Procure saber quantas adoções eu decidi durante os 14 anos que fui Juiz da Infância do Rio de Janeiro e verá como entendo da garanti desse direito das crianças. Boa sorte! Siro Darlan