A Escola Superior de Guerra e o Judiciário.
SIRO DARLAN – Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Membro da Associação Juízes para a democracia.
Cursar a Escola Superior de Guerra sempre foi um desejo de curiosidade e contradições. Esse ano resolvi encarar esse desafio para ver o que teria de tão importante nesse curso de conhecimento do Brasil. Cheguei muito desconfiado pensando que poderia estar entrando numa proposta de “fazer a cabeça” do tipo lavagem cerebral e um pouco na defensiva.
Mas nas duas primeiras semanas de uma convivência rica e saudável resolvi despir-me das armas da desconfiança e do preconceito que ainda marcam as relações com as forças armadas. A seriedade e grandeza dos debates em torno de um Brasil multiracial e multicultural envolvendo um grupo de oficiais superiores das três armas e civis de variadas formações intelectuais, incluindo representantes dos poderes da república e uma multiplicidade de sotaques desse país continental encheu-me de orgulho de estar ali representando um segmento do judiciário que deseja o progresso da nação com equilíbrio social e respeito aos direitos humanos.
Pensar o Brasil ouvindo com humildade e respeito as mais diversas opiniões com a disposição de repensar conceitos e elaborar ricas propostas que são encaminhadas aos ministérios dos assuntos abordados é uma forma democrática de fazer valer o princípio republicano de uma democracia representativa.
Tão importante quanto o convívio com os brasileiros é ouvir e ser ouvido por estagiários das diversas nações amigas que também mandaram representantes para enriquecer o debate. Dessa forma o debate extrapola os interesses nacionais para colocar o Brasil na plataforma defesa não apenas da soberania nacional, mas da convivência pacífica com as nações e, sobretudo na defesa e preservação do Planeta.
Como representante do judiciário, uma das expressões do poder nacional tenho procurado colocar o debate sob a sustentação dos princípios basilares de nossa Carta Magna que elege o Homem como o destinatário de todos os objetivos a ser alcançados nas diversas estratégias de exercício do poder. Desse modo o fundamento de que “todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido” tem pautado os debates e emoldurado os mais diversos temas colocados pela ESG.
Assim não apenas os objetivos tradicionais, mas temas como a educação e a ecologia têm iluminado as discussões democráticas e acadêmicas abertas às mais variadas matizes. O conceito de Pessoa, antes restrito àqueles que possuíam discernimento, recebe à luz da prevalência da dignidade da pessoa humana uma ampliação para incluir todo ser concebido e nascido para reconhecer a criança, o adolescente e os portadores de necessidades especiais como sujeitos de direitos e credores de toda forma de expressão de poder.
Mais do que isso, entra no debate os conceitos dos conselhos de direitos como entidade que o legislador constitucional erigiu como categoria de controlador e elaborador de políticas sociais públicas como está previsto no artigo 204 da Constituição Nacional.
Assim a Escola Superior de Guerra tem se mostrado um importante foro de debate do Brasil, e, apesar do tradicionalismo do nome tem sido uma grande usina de paz e desenvolvimento do país. É necessário ainda que o setor político, e outros que como eu mantinha certa reserva, reconheça a necessidade de discutir o Brasil com a seriedade e dedicação que a ESG promove e mais que isso, que sejam lidas e apreciadas as sugestões que emanam dos trabalhos ali realizados como forma de contribuição para o engrandecimento e desenvolvimento de uma Nação cada vez mais justa e democrática e onde todos tenham iguais oportunidades.
BRAVO! BRAVÍSSIMO!!
Estava eu procurando na internet assuntos que remetessem ao “Membro Vitalício da DPCA”(pelo menos no coração de muita, muita gente), para inserir em meu blog e me deparei com um blog, pelo menos curioso, que refletiu muito a minha própria opinião( http://decuro.blogspot.com/2008/11/saudades-do-siro-darlan.html ); e ganhei o dia com seu blog e comentario sobre a ESG. Postei em meu blog um artigo falando sobre as nossas instituicoes militares e a ESG foi citada.
Um Super Abraco!
http://politicaeuseiquevouterqueteamar.blogspot.com/2011/03/inconstitucional.html
O BRASIL e assim mesmo , a cara do povao , a elite fragmentada , e pensar grande para atingir o ideal.Nao se pode pensar no Brasil sem a ESG. A elite pensou em como vencer adversidade das massas , quando no final da 2a. guerra mundial e a hegemonia americana seria um serio concorrente e por isso no Rio de Janeiro, a elite pensou grande. E o Marechal Humberto de Castelo Branco , foi incisivo criou a ESG/RJ. dai para frente foi so alegria e formaçao , nunca o Brasil perdeu uma Guerra , porque , nao tivemos nenhuma desavença com nosso vizinhos e parceiros no Mercosul. Mas o FHC , deu o tom e a nova cara do Brasil, que assim seguiu-se o Lula , o Brasil e o Bicho e a Bola da Vez. Temos Insigth , lealth , e decisao, força e formaçao , produto e preço , por isso podemos concorrer e prestar serviços as grandes potencias.
O homem é ele e suas circunstâncias, mas é moldado nesse ser humano aquilo que se espera dele. Ainda se vive em um mundo de rótulos e – em grande parte – preconceitos… Sábias palavras do insigne magistrado. Primeiro, como sempre tem se apresentado, um forte e corajoso, pois enfrentou seus receios. Depois pelo dicernimento absorvido… Somos todos profissionais, pena que muitos ainda alimentem a dicotomia e desprivilegiem o debate de idéias e o pensamento integrador. Um país que almeja ser referência socioeconômica, política e ambiental para o mundo tem que pensar em unir, em vez de separar… Parabéns, ilustre Desembargador Ciro Darlan.